quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Crônica: A Arte de Olhar

A Arte do Olhar
Ana Clara Azevedo Figueiredo

Acho que foi John Lennon que certa vez disse: “Imagine não existir posses. Supreenderia-me se você conseguisse; Sem necessidades e fome. Uma irmandade humana”. E acho que assim disse que tudo depende dos olhos de quem vê.
Houve um tempo em que abria a minha janela e via o sol. Junto com pássaros cantando, flores perfumadas e crianças no parquinho, brincando juntas como amigas de longa data. Sem preconceitos e sem diferenças.

Pois houve um tempo em que abri minha janela e vi nuvens. Os pássaros faziam um barulho insuportável, as flores pareciam mortas, e as crianças faziam tantobarulho que era impossível ter um só momento de silêncio. E assim houve um tempo em que minha janela não se abria e, embaixo da lâmpada, pensando comigo mesma, eu me perguntava: o que acontece? O que se passa lá fora? É um bom dia? Ou é ruim? E para responder-me tinha de abrir a janela,> mas tive medo. O que me esperava lá fora?

Aí eu vi que o que estava lá fora só dependia de mim. Do meu jeito de ver o que era bom ou ruim. Assim abri minha janela e passei a olhar as coisas de outro jeito.

Agora o mundo é meu e nele praça é ilha, poste é árvore, nuvens são algodão doce. Todo cheiro é perfume e as pedras bolinha de gude. E então a vida fica mais prazerosa, simples como tirar o salto e andar descalço, é viver a vida a cada minuto sem desanimar.