ZugzWang
Zugzwang é uma palavra de origem alemã que significa compulsão pelo movimento. É é usada no jogo de xadrez para designar o momento em que todas as alternativas escolhidas pelo jogador só trazem perdas (a bela abertura do filme se passa num tabuleiro de xadrez). O título é mais que perfeito para o documentário brasileiro de longa metragem de Duto Sperry e define bem a época em que vivemos.
O filme, também roteirizado por Sperry, mostra como fontes de energia renováveis podem ajudar no desafio de mitigar a crise atual, que engloba as vertentes ambiental, social e econômica. Com idéia original é de Eduardo Ribeiro dos Santos e Fábio Tinoco e produção da Matel.Doc, Zungzwang foi filmado durante quatro meses em vários países. Entre os entrevistados estão diversos atores sociais das áreas agrícola, de produção e de bioenergia:
- Thomas Lovejoy, presidente da Heinz Foundation, Washington/EUA;
- José Goldemberg, físico do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, São Paulo/Brasil;
- Ignacy Sachs, economista e sociólogo, professor emérito da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, Paris/França;
- Carlos Nobre, climatologista do INPE e conselheiro do Planeta Sustentável, São José do Rio Preto/Brasil;
- Rajendra Pachauri, Prêmio Nobel da Paz e presidente do IPCC, Nova Dehli/Índia;
- Clayton Lino, presidente do Conselho Nacional da Biosfera da Mata Atlântica, São Paulo/Brasil;
- Koya Nishikawa, secretário do Parlamento do Ministério da Economia de Tóquio/Japão e
- Vandana Shiva, ambientalista e filósofa de Nova Dehli/Índia.
No lançamento em São Paulo - durante a Conferência Internacional do Ethos -, Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, disse que Zugzwang é equivalente a filmes como “Uma Verdade Inconveniente”, “A última hora” e “The Corporation” para a educação e a disseminação da urgência e do desafio do desenvolvimento sustentável.
“Agora, é importante arriscar uma nova abordagem e quero provocar a reflexão com este filme”, afirma Sperry, que deseja que Zugzwang seja visto pelo maior número de pessoas possível. Por isso, o filme está disponível para download grátis e também no YouTube, em seis capítulos, o maior tem quatro minutos. Sua intenção é exibi-lo, também, em escolas – também em parceria com a produtora Mattel e a Fiat, empresa que deu apoio ao projeto -, para promover a discussão sobre o tema com educadores e estudantes.
Duto Sperry trabalhou no mercado publicitário por 15 anos e estreou em documentários, em 1999, com a série “Retratos do Brasil”, distribuída na rede escolar brasileira e em alguns países europeus. Seu currículo inclui outros três documentários: “O Brasil dos meus olhos” (que ele define como “uma visão sobre as utopias infantis”), “Sistema Prisional do Estado de São Paulo” e Precisa-se”, longa sobre o trabalho irregular na indústria têxtil.
*com reportagem de Caio Neumann
0 Comentários:
Postar um comentário