 Reprodução de carta deixada por atirador (Foto: Reprodução)
 
Reprodução de carta deixada por atirador (Foto: Reprodução)Na carta encontrada com o atirador que abriu fogo dentro da Escola  Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, na manhã  desta quinta-feira (7), Wellington Menezes de Oliveira fala de questões  religiosas e dá indícios de que o ataque foi premeditado, além de pedir  perdão pelo crime. 11 crianças morreram e 13 estão feridas, sendo que  quatro em estado grave.
 Wellington Menezes de Oliveira, homem que atirou
 
Wellington Menezes de Oliveira, homem que atirou
contra escola municipal Tasso da Silveira,
em Realengo (Foto: Reprodução/TV Globo):
“Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem  luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o  casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar  luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter um contato  direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue,  nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão,  os que cuidarem de meu sepultamento deverão retirar toda a minha  vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um  lençol branco que está neste prédio, em uma bolsa que deixei na primeira  sala do primeiro andar, após me envolverem neste lençol poderão me  colocar em meu caixão. Se possível, quero ser sepultado ao lado da  sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa Menezes de  Oliveira e está sepultada no cemitério Murundu. Preciso de visita de um  fiel seguidor de Dues em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que  ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que  eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte  para a vida.”
Segundo o subprefeito da Zona Oeste, Edmar Peixoto, Wellington também afirmou na carta que era portador do vírus HIV.
 Reprodução de outro trcho da carta do atirador (Foto: Reprodução)
 
Reprodução de outro trcho da carta do atirador (Foto: Reprodução)
    Wellington, de 23 anos, entrou em uma escola municipal nesta manhã,  atirou contra alunos em salas de aula lotadas, foi atingido por um  policial e se suicidou. O crime foi por volta das 8h30.
Conhecido na escola por ser ex-aluno, ele teria entrado sob alegação de  que iria fazer uma palestra. Seu corpo foi retirado por volta das  12h20, segundo os bombeiros. De acordo com a polícia, Wellington não  tinha antecedentes criminais.
    A polícia diz que ele portava dois revólveres calibre 38 e equipamento  para recarregar rapidamente a arma. Esse tipo de revólver tem capacidade  para 6 balas.
Segundo testemunhas, Wellington baleou duas pessoas ainda do lado de  fora da escola e entrou no colégio dizendo que faria uma palestra.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, ele falou com uma  professora e seguiu para uma sala de aula. O barulho dos tiros atraiu  muitas pessoas para perto da escola.
    O sargento Márcio Alves, da Polícia Militar, fazia uma blitz perto da  escola e diz foi chamado por um aluno baleado. "Seguimos para a escola.  Eu cheguei, já estavam ocorrendo os tiros, e, no segundo andar, eu  encontrei o meliante saindo de uma sala. Ele apontou a arma em minha  direção, foi baleado, caiu na escada e, em seguida, cometeu suicídio",  disse o policial (
veja abaixo a declaração, em reportagem do Jornal Hoje).
  A escola foi isolada, e os feridos foram levados para hospitais. Os  casos mais graves foram levados para o hospital estadual Albert  Schweitzer, que fica no mesmo bairro o colégio.
Sobrevivente conta como foi  Uma das alunas lembra  os momentos de terror na unidade. A menina de 12 anos disse que viu o  atirador entrar na escola. Ela estava dentro da sala de aula quando ele  abriu fogo contra os alunos.
“Ele começou a atirar. Eu me agachei e, quando vi, minha amiga estava  atingida. Ele matou minha amiga dentro da minha sala”, conta ela, que  afirma que estava no pátio na hora em que o atirador entrou na escola.
“Ele estava bem vestido. Subiu para o segundo andar e eu ouvi dois  tiros. Depois, todos os alunos subiram para suas salas. Depois ele subiu  para o terceiro andar, onde é a minha sala, entrou e começou a atirar”,  completou.
Infográfico ataque em Realengo (Foto: Arte/G1)